domingo, 17 de outubro de 2010

PÁSSARO NA TEMPESTADE













PÁSSARO NA TEMPESTADE

Indolentemente me recosto no meu canto
Deixo o livro aberto sobre os joelhos
Vai o sol a ocultar-se num acobrear de encanto
Oferecendo-me seus ultimos raios vermelhos.

E vai ficando mais leve meu coração
Desisti de querer encontrar em tudo sentido
Vou vivendo o sonho faço dele meu irmão.
Como pássaro que se ergue adivinhando tempestade,
Tomada duma inquietação, neste Mundo perdido
Perdi a conta às vezes que falo de saudade.
Desarmada pelo tempo, fica o meu peito ferido.

O vento lança o seu lamento frio
Cá vou andando, passo a passo
Ora choro ora rio
Dos destroços duma vida de cansaço.
E como se alguém me perseguisse?!
Ainda assim meto os pés a caminho
E se o tempo me engolisse?
É justo o caminhar, mesmo com o fim pertinho.

Os olhos trago assombrados
Minhas recordações encarquilhadas
Meus dedos quebrados
Minhas ideias feitas asas esvoaçadas.
Mas eu ainda me quero
Minha alma é colorida
Nego o medo e o desespero
E agarro-me ainda à Vida.

rosabrava

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