quarta-feira, 20 de outubro de 2010

HORAS CINZENTAS













HORAS CINZENTAS

Finda o dia e no silêncio me enclausura
Silêncio, que me leva ao esquecimento
Murmura já a noite, murmura
Me chega o teu rosto, confuso, ao pensamento.

Cresceu o frio da tua ausência
Restou apenas a solidão
Sou pedra entre pedras, numa indolência
Abriu-se uma ferida em meu coração.

Partiste, já não viste!
A sombra desolada do meu rosto
O abandono sentido na noite deserta
Nem leste no meu olhar o desgosto.
E deixáste a saudade sempre alerta.

Neste refúgio, onde criávamos doçura
Resto eu, que já de mim me esqueço
Sepultada na noite continuo à procura
De encontrar o sonho, onde aconteço.
É simples o resumo duma vida
Espero o som da tua voz chegando
És a luz há muito perdida
Um mito que eu vou amando.

Meus olhos são a névoa dum dia cinzento
Nevoeiros caídos já sem remédio
Me envolvo no sonho só ele me dá alento
E me deixo folha extraviada, nestas horas de tédio.

rosabrava
natalia nuno






2 comentários:

  1. Minha querida amiga
    Como sempre os teus poemas, dizem-me tanto, que nem calculas.

    Meus olhos são a névoa dum dia cinzento
    Nevoeiros caídos já sem remédio
    Me envolvo no sonho só ele me dá alento
    E me deixo folha extraviada, nestas horas de tédio.

    Adorei.

    Beijinhos com carinho
    Sonhadora

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  2. Obrigada querida amiga, também adoro chegar e ter uma palavrinhas carinhosas à minha espera.

    Beijinho com muita amizade.
    Não tenho palavras para te agradecer.

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