palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sexta-feira, 19 de setembro de 2025
ao tocar a noite...
música de outono...
no patamar da noite
fecham-se flores no jardim
e eu recebo a SAUDADE em mim
esse preciso sentimento
que tudo torna presente
traz música de outono
ao pensamento
e amortalha os ais que o coração sente.
na nostalgia da tarde, há rosas
que chamam por mim
lembranças sem fim,
-ouço-lhes a voz!
e o silêncio torna-se profundo
a noite espreita,
imensa é escuridão
minha vontade, numa esquiva hesitação
é pássaro cansado da viagem,
sem asas, nem ramo
- onde se abrigar!
sobrevive a esperança do amor
o poder tocar.
natalia nuno
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segunda-feira, 15 de setembro de 2025
quando o mundo pára...
e lá vem o calor,
de mais um abraço
na boca o sabor, o sabor do beijo
no corpo o cansaço
o último estertor sai-nos da garganta
e um pássaro esvoaça na retina
tudo nos encanta, sou tua menina.
o tempo agrediu-nos, tanto devorou
mas o amor saiu ileso, sobreviveu,
é lâmpada que não se apagou
natalia nuno
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palavras redimidas...
o que vira depois?...
perguntei-te outro dia
o que acontecerá aos dois
vivendo, sem mim vivias?
e o que virá depois?
talvez juntos não caminhemos
talvez a vida imponha separação
mas de amor juntos viveremos
unidos pelo coração...
natalianuno
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sorrisos aos molhos...
nosso amor é loucura
é aroma que embriaga
que importa se é maior a ternura
doce prazer que nos afaga
é amor de perdição
pra mal dos nossos pecados
não quer saber da razão
traz-nos tão enamorados
este amor tão verdadeiro
que me traz assim tão louca
tem do alecrim o cheiro
o beijo da tua boca
vamos assim vida fora
trazemos sorrisos aos molhos
no silêncio desta hora
nos teus ponho meus olhos
amor que é mar embrabecido
que não se dá por vencido...
natalia nuno
12/2007
aldeia Sta Justa
rabiscos...
vidas serenas, solitárias e doridas
do trabalho árduo...
a minha memória demora-se um pouco a lembrar,
a roupa estendida a secar ao sol,
a louça lavada num alguidar de barro,
- o outono e os seus langores,
- as casas do lado de lá do rio,
as pequenas ruelas estreitas e tortas,
as gentes cansadas ao anoitecer
- sentadas nas soleiras das portas,
estas imagens ajudam-me a negar que tudo morresse...
natalia nuno
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rabiscos...cordão umbilical...
cordão umbilical
e tudo se cumpriu, mas não como nos sonhos daquela menina de silhueta magra, a miúda da minha memória que se agarra a mim, e parece não querer cortar o cordão umbilical que nos une, garota que parece ter adormecido com o rosto entre as mãos, gostava de a poder reconfortar, mas os nossos silêncios são mistérios que tecem memórias, onde o sol começa a desaparecer...
natalia nuno
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