a vida é caminho
que termina em qualquer parte
até que diz adeus
àquele que já de nada dispõe,
e a nada já se opõe.
com arte,
apaga-lhe as ruas soalheiras
da memória, as recordações,
a mão que a palavra desenha
tudo quanto ama
e o que resta?!
nada de onde lhe venha
- acabou-se a inquietude
por companhia o rumor do vento
e a acalmia da ternura da tarde,
nada importa já,
cruza o firmamento
leva consigo a saudade.
deixa sobre a almofada os livros antigos,
os sonhos em branco, deixa os amigos
de tudo despojada, parte como chegou,
sem nada!
natalia nuno
rosafogo