no corpo a saudade amanhece
lateja o coração cheio de emoções
mas a alma padece
tão só, na nostalgia das recordações
os dedos são de solidão
e a voz ficou no tempo fugitiva
no mutismo dos olhos
cresceu-lhe uma rosa
que persiste viva
a acalmar a sua ânsia desolada,
a não a deixar da saudade cativa.
doce e recuperadora utopia
memória do tempo das suas raízes
o mundo era dela, e os dias felizes.
no pensamento madressilvas nasciam
faminta, silvestre p'la natureza seduzida
os sonhos ardiam.
em ascensão os instantes de paixão,
escrevia versos ditados p'lo coração
e assim, passou o esplendor da juventude
hoje, de rosto desolado, em quietude,
sem alento, é folha caída, extraviada
ao relento, na incerteza
de ter sido amada.
natalia nuno