trago sonhos guardados
num beco da memória sombria
num beco da memória sombria
sempre por mim lembrados
nos silêncios do dia a dia,
por entre nuvens dum céu cinzento
quando o chão quase me falta
abrando no silêncio o coração
que quase do peito me salta.
aos poucos esbate-se na memória,
o caminho que ousei percorrer
como a vertigem dum vôo
que só eu sei entender
na imaginação distante
há como que uma musicalidade
e quando a lua aparece
contigo por perto, sinto de ti saudade
guardo o som que é meu segredo
e embalo a memória nesse encantamento
vai-se a tarde, anoitece cedo,
e eu neste enfeitiçamento
vejo passar serenamente a tarde
meus olhos estão cheios de lembranças
doutros entardeceres
o coração ainda arde
com o amor que inda me deres.
natalia nuno
rosafogo