Esta é a estatística do mês de Julho deste meu Blog «Orvalhos Poesia», estou muito feliz por ter tantos leitores, direi mesmo orgulhosa, e grata a todos os amigos que o visitaram, se é o seu caso receba o meu abraço e a minha gratidão...............Bem haja obrigado!
palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sábado, 31 de julho de 2021
sexta-feira, 30 de julho de 2021
nossos instantes loucos...
há um regato que sempre me corre
nos olhos, o resto corre devagar
e um desejo na boca que não morre
a lembrar-me da vontade de te beijar
rolam por entre meus dedos finos
palavras a ligar tudo isto e eu não desisto,
uma voz me segreda
que não há nada mais doce que amar
no amor mergulhar de forma leda.
não sei que tempo ainda me cabe
só sei que existe em mim saudade
a memória cheia de imagens e, medo
que tudo acabe,
vou sentindo a falta do que ainda nem perdi
e a sensação é, a de que pouco vivi!
trago a alma já cansada, às vezes evito escrever
com medo de me doer
deixo-me por instantes calada
que nada me perturbe, nessa quietude
bem basta a minha ânsia inquieta
que tanto me afecta.
de repente regresso à escrita
pois a viagem não pode parar
e o coração volta a pulsar
é poesia que nele grita.
para além do que sinto e vejo
volta a mim o desejo, como um soprar
de vento a abrir-me o pensamento,
caminho estreito por onde espreito
o amor que me deste
e na luz que cai aos poucos
relembro nossos instantes loucos.
natalia nuno
rosafogo
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quarta-feira, 28 de julho de 2021
levo a memória a fantasiar...
acorre tanta vez à minha mente
agora que a vida se esvai
como tudo poderia ter sido diferente
que a nostalgia do semblante não sai.
às vezes levo a memória a fantasiar,
como era enamorada na juventude!
com tal força que ainda oiço o coração falar
e que alegria de viver nesta viagem...
como tudo nos ilude!
somos um rio claro e belo, que corre,
sem parar, onde olhamos nossa imagem
se bem que em meu entendimento,
tudo que é belo depressa morre...
para aliviar a angústia que o coração sente,
e desalento mais, não lhe acrescente,
chamo a mim a saudade do passado ao tempo
presente.
olho o pôr do sol que já finda
e me olho estrela ainda,
e por dentro meu coração arde
na contemplação do sol-pôr desta tarde.
natalia nuno
terça-feira, 27 de julho de 2021
sonhos de verdade...
rastejam os sóis sobre os girassóis
enquanto cresce o milho ali à beira
fecham os lírios antes da noite chegar
ardente em mim o amor, pronta para amar
amor sabe a plenitude, luz apagada à cabeceira
o mel acumulou-se nos meus sonhos
e uma memória rubra se aclara no pensamento
saudade...
dias e noites ébrias, únicos momentos,
d'amor e felicidade.
subo por entre as horas na procura
desta ternura,
do amor que ficou preso ao fio da tarde
e os sonhos são de verdade,
há sempre um estremecimento ao lembrar
os abraços que caíram longe da vida
talhando uma dor no meu olhar
quando o sonho me pega desprevenida
lembrar, lembrar o verde dos milheirais
e a juventude que não volta mais
lembrar como só agora se abrisse o verão
e não deixar cair a chuva no coração
onde mora o vento quente
e a raiva duma lágrima tensa,
lembrando o sol do dia a dia
e nunca o «o sol» nos olhos me doía,
e eu amava docemente...
natalia nuno
rosafogo
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segunda-feira, 26 de julho de 2021
palavra decaída...
estende-se no céu o arco-íris
fica meu olhar na expectativa
o sonho ninguém pode impedir
e o destino continua a cumprir-se
mantendo-me viva...
trago aos ombros o peso da vida
comigo um corpo, que não sabe bem se existe,
há sinais na minha pele obscurecida
o preço de toda uma vida vivida
há um pressentimento que desafia tempestade
abre-se em mim a escuridão
é minha a graça da saudade
por perto da solidão.
procuro-me, sabendo-me aqui
numa visão de mim insegura
quem dera renascer do nada, onde me perdi,
por mais que a vida voltasse a ser dura.
este tempo, deixa-me sem reacção,
deixa meu olhar ausente
na boca as palavras humedecem
choram os olhos à recordação
do tempo será a última hora?
na face o espanto, na alma o desencanto
e a morte chegará sem demora.
o desconhecimento do caminho
provoca-me abatimento,
assim desfeita me aninho
com a palavra decaída no pensamento.
natalia nuno
rosafogo
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domingo, 25 de julho de 2021
entrega...
viaja a boca até à boca
paixão, loucura feitiçaria
e já a mão se desloca
o desejo cresce esfuzia
nos rostos a alegria!
o entusiasmo redobra
coisa louca
os beijos da tua boca
e o meu corpo te cobra
que seja dia de festa
e o que tem de melhor?
-a entrega ao conquistador
e eu me entrego com amor
no sonho com sabor a mel
que arrepia nossa pele...
natália nuno
rosafogo
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ventos do esquecimento...
hoje as ramagens andam num vaivém
tal como meus pensamentos...
o perfume da infância mais além,
surgindo na loucura dos ventos
ao longe o loureiro adormecido
mais abaixo as amoras silvestres
as ondas do esquecimento
sopram ao meu ouvido
os beijos que ali me deste.
desperta o dia numa cadência quente
abre uma flor pelo orvalho sobressaltada
amanhecem as borboletas e a gente sente
que é aqui, a nossa terra amada.
aqui está metade do meu sonho
onde as flores junto ao rio
se vestem vaporosas
fica meu olhar risonho ao olhar
as esbeltas rosas...
os liláses estão orvalhados
na sua deslumbrante luminosidade
também nos meus anseios derramados
já tenho deles saudade,
meus versos já não fazem sentido
vivi toda a luz deste poema
uni-o à minha alma, mas ficou perdido
o vento do esquecimento me levou o tema.
natalia nuno
rosafogo
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