sábado, 21 de março de 2020

poema a mais um dia...





cumpriu-se mais um dia
onde houve morte e dor,

mas a esperança, a coragem persistem.
vamos supôr:
que os sonhos que não vêm, hão-de vir!
e vão fazer-nos sentir,
que « vale sempre a pena se alma não é pequena».
depois diremos sorrindo
os escolhos passaram, a vida está indo,
alegres, beijaremos campos de trigo
abraçaremos o amigo
até o pó da estrada
desta nossa Terra amada.
natalia nuno


com este sentimento de esperança, desejo a todos saúde e uma noite serena.

sexta-feira, 20 de março de 2020

a chuva intensa alaga a vidraça...


a chuva intensa alaga a vidraça e tamborila insistentemente no telhado, e ela, vai alinhavando pormenores que não cessam na mente...fixa o olhar na fotografia em frente, e surpreendida, deixa-se entristecida, às vezes se revolta, privada de esperança então, o deslumbramento pela vida mistura-se com o medo de a perder...muitas e estranhas são as vicissitudes, escreve palavras afastada de si no tempo, separada pela vida inteira, vai querendo abarcar apenas o dia a dia com inegável doçura, traz consigo uma chama interior terna e abrasante, quente e às vezes lancinante, mas nada a aflige nestes momentos de lassidão...depois, bem... depois conserta as palavras e seca nelas as lágrimas, diz de si para si: o coração ainda a bater, mora nele a vida...então vive Mulher.
natalia nuno

quarta-feira, 18 de março de 2020

sede de sonhos...


abro-te o meu coração
com transparente lealdade
sinto o impulso do sangue
em tão grande ansiedade
dou-te amor, dávida plena
ascendendo de felicidade
trago um sorriso derramado
sou outono que não morre
trago o aroma dos frutos maduros
e a saudade,
sede de sonhos ainda em mim corre,

apesar dos dias duros
no coração trago ternura
e há nele pássaro ardente
que te canta com ternura.

cascatas de amor para dar-te
amendoeiras brancas
que florescem à tua espera,
e de tanto esperar-te a vida foge
num sonho perdido o coração desespera
sem ventura, que passou ao lado,
hoje?
sinto-me um poema rasgado
ave a quem o tempo quebrou as asas,
no coração, trago mel que o adoça
para que de amor ainda falar-te possa.

natalia nuno


não percas a esperança...

aos meus amigos ITALIANOS, leitores da minha poesia, em grande número diário, desejo que a tormenta pela qual estão passando, seja breve, e não os afecte, assim também como às suas famílias, estamos todos desesperados, mas há em nós um sentimento de esperança, Deus vos proteja.


assim nos prenderam num sentimento de esperança enquanto o mal avança, que tudo passe depressa que a pactuar com a morte não tenho pressa, certo que andamos sempre com ela ao lado, mas nunca ora em tal estado.


natalia nuno

segunda-feira, 16 de março de 2020

Poeta de merda...

16 de Março de 2011 às 15

NATALIA MINHA QUERIDA AMIGA,VOCE E' A POETA,QUE EU MAIS ADMIRO NESTAS ESTRADAS DA NET, A SUA LINDA POESIA POR VEZES, FAZ-ME RIR, FAZ-ME CHORAR E PENSAR MUITO; ELA 'E CHEIA DE SENTIMENTOS,'E POESIA QUE TOCA, A ALMA DA GENTE, A MINHA ESPECI...ALMENTE. ESTE SEU POEMA NAO SEI PORQUE, DEIXA-ME TRISTE, SINTO NELE QUE PARECE ESTAR MAGOADA, MAS ESCUTE: EU ADMIRO-A IMENSO E GOSTO MUITO DE SI,PARA MIM A SUA POESIA 'E EXCELENTE, CONTINUE ESCREVENDO COMO TEM FEITO ATE' AQUI, PARA PRAZER DE QUEM GOSTA TANTO DA SUA POESIA, COMO EU GOSTO.O MEU XI-CORACAO PARA SI.

Ser Poeta, tem estas recompensas, quando a auto-estima anda um bocadinho lá em baixo, recebendo palavras amigas como estas, o nosso viver quase atinge uma forma plena, nestas alturas sentimos que nada nos falta. Obrigada Nala, pelo carinho.
São muitas felizmente as palavras carinhosas que recebo e que agradeço de
coração.



POETA DE MERDA
Quando eu morrer
Não quero nem uma rosa arrancada
Nem da rosa um só espinho
Não quero ser perturbada
No silêncio do meu caminho.
Continuarei a poesia inacabada
Nem me perguntem como sei
Eu afinal não sei nada!
Mas nem lágrimas quererei.

E se coragem houver
Digam agora
que sou poeta de merda
Nesta hora,
Haja quem diga o que lhe aprouver
Porque depois é simples perda.
Digam, que escrevo
e não deixo nada.
Que só me atrevo
A falar de saudade
Que a poesia é água parada
Correndo às vezes com intensidade.

Levo-a guardada
No silêncio do coração
E na minha alma desordenada
E ainda que não valha nada!
Vou querer sempre tê-la à mão.
Digam que sou Poeta louco
Mais um que da terra se afasta
Que o vosso ruído será muito pouco!
Pois vôo sem asas e isso me basta.

Pela última vez vos proponho
Que digam mal aqui e agora
Ou deixem-me de vez o sonho
O único que resta, agora que vou embora.

rosafogo
natalia nuno

(este comentário foi feito a este poema p'la Poetiza NALA no Beco dos Poetas)

ttempo de solidão...que atravessamos



desaba um abismo de solidão
vejo céus de prata, nuvens em rebanho
fecham-se já meus olhos, é escuridão
e o poder do silêncio se acerca do coração
nas minhas veias corre um rio estranho
surdos meus ouvidos, canções apagadas
escolhos desta vida, desta vez tamanho!
dedos que eram esperança, sonhos quebrados
já distantes, pensamentos desabitados.

mas uma sede de esperança me arrebata
fecham-se meus olhos, nuvens em rebanho
em completa escuridão vejo céus de prata
a vida assim passa. dando saltos
e grandes males aparecem fazendo assaltos
vou chorando quando ninguém me vê
mas nos meus olhos lê-se
que o coração ainda crê, que tudo vai findar
e uma luz brilhante, o céu à terra virá
de novo mostrar.

natalia nuno
o mundo aterrorizado com o vírus, uma luta difícil de travar, resta-nos
a fé e a esperança.


velho poema...


apetece-me virar meu olhar para ti
ver-te como da primeira vez te vi.
apetece-me aqueles dias de amor
do banco do jardim ao sol-pôr.
ouvir-te juras de amor eternas
na tua voz rouca...
apetece-me os beijos que me deixavam louca
o teu sorrir quando te chamo
e te digo que te amo.
apetece-me, roubar à noite mais horas
num completo sonhar de felicidade
na minha memória moras...
a deleitar-me o gosto p'la vida com saudade.
esqueçamos as rugas amarelecidas,
nos nossos rostos caídas.
e ainda com ânsia o amor desvendar.
e quanto mais loucura
mais ternura...
apetece-me tocar-te, mais uma vez!
mais uma vez te abraçar...
tantas as vezes que amor já se fez
que é bom lembrar o passado...
apetece-me no presente,
este amor em mim enleado.
apetecem-me teus lábios incendiados
insanidade...loucura!
tenho meus olhos cerrados
meus sentidos a fazerem-se rogados
na esperança da tua ternura.
rosafogo
natalia nuno

a sombra parte...



a sombra parte abandona a parede cinzenta, amanhã estará de volta, os ninhos ficam tristes, só a memória dela, acalenta, que as asas dos sonhos hão-de voltar para novas palavras talhar...mas que beco sem saída é esta vida...volta lá atrás, emigra na aventura do sonho, olha as abelhas que dormem a sono solto, as lágrimas que o rio solta pelas hortas, as flores já mortas, os amores perfeitos que a mãe gostava tanto... é o desencanto, não suporta tanta violência , desarmada pelo tempo, sente o peso da herança, esmigalha tudo o que lhe tirou a esperança, encosta-se ao que lhe resta ainda, e fica a magicar...deixa as palavras partir, ignora a descida sem luz e, na inocência...quem lhe dera ficar...regressar às papoilas, cheirar as mimosas, esperar o próximo orvalho sobre as rosas, como se tudo estivesse certo nestas palavras vazias, exaustas, pobres andorinhas tardias...
natalia nuno

domingo, 15 de março de 2020

longe da realidade...



podias estar aqui comigo
deixando o teu perfume 
no meu cabelo
aqui, onde passam meus dias
em solidão e gelo.

sem um amigo,
podias estar aqui comigo
com os sonhos no meu regaço
aqui, onde esperar por ti
já me dá cansaço.

e não consigo alegrar-me
quando as palavras me  amargam a boca
quando nada mais sei que amar-te
e tua ausência me deixa louca.

junto a ti enlouqueço
longe de ti meu tempo é escasso
a vida sem sonho nem realidade
sinto falta do teu abraço
sinto-me flor sem ramo
apoiada na saudade
de quem amo.

natalia nuno



ouve as marés...


ouve as marés nas areias mordidas pelo sol, e ali encalhadas ficam-lhe as ideias, procura então renovar-se dando asas ao seu vôo, sonha , palpita de saudade, agarra-se à vida com tenacidade, estende o olhar ao dia que ainda lhe pertence...há dias em que a existência lhe parece obscura, tem o desejo e a necessidade fremente de claridade, do sol primaveril, e num despertar absorver o ar puro e fresco que lhe chega do mar...e nessa luz matutina recordar a menina, ouvir o galo cantar notas duma bela sinfonia, olhar o infinito com o ouro a queimar, tudo a penetrar-lhe a consciência, deixar-se a flutuar num céu lavado e límpido por entre os salgueiros, e os cheiros das rosas selvagens... o vento traz-lhe mil recados, mil imagens que voam com leveza dentro dela...e a maré recua, no céu, em êxtase a lua.
natalia nuno