quinta-feira, 4 de julho de 2019

nostalgia de doer...


toca-me a saudade
e ela quebra-me em pedaços
o meu ousar vai declinando
fico pássaro sem asas querendo tocar o céu
lembro então como tudo era diferente
e me sentia gente nos teus abraços.
quando a tarde morre, o coração embarga
tento esquecer mas a saudade não me larga
lembro do meu rosto e do beijo enamorado
fica meu peito ansiado... e,
não entendo porque vive mas vive batalhando
ainda está amando, num compasso turbulento.
em vão desprendo o pensamento
meu olhar fica distante
mas logo a saudade volta a mim fecundante,
então nem sempre é noite, e nem sempre é dia
ela me traz tristeza mas também alegria.

e no meu corpo ardente, mansamente,
esqueço a solidão que me apavora,
sinto-me leve vai-se perpectuando a descida
esqueço o sabor amargo da vida
agiganta-se o meu céu
e volto sempre à menina que sou eu...

medo tenho, do dia que me deixe de ti saudosa
sinto esse mal como ninguém sente
ficarei sem riso, sem canto, chorosa
estremece o peito sempre que esta nostalgia
de doer me vem à mente.

natália nuno