atravessam a minha pele,
cascatas e rios
e ondas de centeio ondulantes
saudade na memória ficando
de dias distantes...
uma fronteira de inquietação
neste outono
onde me abandono...o esquecimento
resvala trazendo obscuridade,
adormecidos na almofada
sonhos de saudade
que vou sonhando, até de madrugada.
a vida fustiga-me mas prende-me
e é nas recordações que ganho alento
apesar do cansaço dos meus braços
e o ranger do tempo nos meus passos.
uma neblina mantém-se no olhar
é do fim, o começo,
as névoas vão chegando
a rasgar-me o horizonte,
cegando o sonho, perdido para sempre...
nesta penumbra ferida, foge a vida
sem norte...
e surge o último pássaro como uma flecha,
a morte.
natalia nuno
rosafogo