palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
nada é perfeito... trovas soltas
trago um cordão de ouro
foi minha mãe que mo deu
pra mim ela é um tesouro
bem guardadinho no céu
envio-te beijo pelo correio
pois de ti sempre me lembro
trago o coração d'amor cheio
desse idílio... era Setembro
tomo um café no alpendre
fico num modo tristonho
já o teu olhar me prende
se vais, a chorar me ponho
minha casa é a uma esquina
no bairro a mais sombria
no meu coração de menina
há amor ...em demasia...
eu quero o tempo inteiro
sem nunca mais acabar
eu quero se fôr primeiro
dar amor q' tenho pra dar
natalia nuno
rosaofogo
lógico que me enganei a colocar, trovas seriam no « Orvalhadas de Saudade» mas agora já está, aqui ficam, afinal um blog e outro são meus.
volta e meia...trovas soltas
tece seu curso a vida
persiste em mim saudade
também a levo tecida
no coração com verdade
já o sono me venceu
da minha história o fim
maldição a vida me deu
andou à revelia de mim
de soberba ela tão cheia
subestimando meu querer
esta vida volta e meia...
fez de mim pobre mulher
já o espelho me provoca
olho-o com provocação
se pensa que me põe louca
não vou olhá-lo mais, não!
natalia nuno
quinta-feira, 13 de agosto de 2015
cegueira...
cresce erva nos meus olhos
a lamparina bruxuleia
há no meu olhar uma nesga de poeira
como que uma teia
a parar no ar
serão os olhos mal lavados?
mas pouco importa!
esta vida é um vale de lágrimas
já nascemos marcados
e a cegueira bateu-me à porta
mal vejo os trevos do jardim
como posso encontrar o de quatro
folhas? Encontra tu por mim!
Ceguei, ceguei porque tanto me olhas
ao olhares-me me apaixono todo o dia
salta minha lembrança com alegria
e descubro coisas incríveis
que me fazem enternecer
mas nascem-me ervas nos olhos
que vão chorar para esquecer...
choram de dor e de cansaço
aqui mesmo atrás da porta
a memória eu espiçaço!
e o resto pouco me importa.
natalia nuno