ouço-os a bater as asas
partem tristes
partem tristes
deixam-me na saudade,
vê-los partir,
é um misto de tristeza e felicidade
um dia fugir-me-á o coração
quando a morte vier
quando a morte vier
e a vida se desprender
ficarão as palavras escritas
aflitas, o sonho e a recordação
sem eira nem beira.
Será possível morrer em paz?
é tarde, a vida me arrasta
os ponteiros do relógio não param
para quando a despedida?
Já tanto faz!
Estou gasta, igual ao tempo
deste meu viver,
quero em paz envelhecer
como o outono que se vai.
Meus poemas são pássaros
deles a saudade não sai,
são roseiras brancas
de caules outonais,
são rituais,
cataventos de saudade
na voracidade do vento,
pássaros do meu pensamento.
de caules outonais,
são rituais,
cataventos de saudade
na voracidade do vento,
pássaros do meu pensamento.
natalia nuno
rosafogo