palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sexta-feira, 18 de maio de 2012
TRAGO NA MÃO UM ROUXINOL
Quero aguardar o dia que se avizinha
A única porta para mim aberta
Com as mãos molhadas de ternura
e sonhos que a vida ainda em mim desperta.
Despeço-me desta noite deserta
Que me deixou o sonho destroçado
Quero mais um instante para amar
Voltar a ter-te a meu lado.
Trago na mão um rouxinol
Que canta a tristeza e a alegria
E nos olhos cresce um girassol
Lembrando-me que amanhã é
outro dia.
Esta viagem já me tolhe
os gestos e os pensamentos
Não há chuva miúda que não molhe
Nem vidas sem sofrimentos.
É breve o tempo que nos resta
Nada o faz adiar
Daí a saudade é o que resta
Para a solidão enfrentar.
Chega a madrugada soalheira
Cantam os pássaros aos milhões
E a vida vai pregando sua rasteira
Com ela levando-nos os corações.
rosafogo
natalia nuno
imagem da net
quinta-feira, 17 de maio de 2012
ONDE A LUZ É MAIS FORTE
Onde a luz é mais forte
Meu olhar no espelho desaparece
Angustiado, com medo da morte
Com toda a angústia que o entristece.
Como destroços na rebentação
A vida desaparece entre as mãos
E o corpo adormece em acomodação.
Onde a luz é mais forte
Há sonhos embalados
Como se a vida estivesse pra chegar
Em sonos delicados,
donde não se quer jamais acordar.
E a vida floresce
p'los meus dedos a escorregar
Redescubro de novo a vida e acontece
que cada segundo é uma gota que cai
e não deixa a vida mirrar.
Onde a luz é mais forte
É onde rebusco sonhos ingénuamente
Enquanto o espelho se embacia de mansinho
Flutuo no sonho tão profundamente
Como se fosse desenhando o próprio caminho.
natalia nuno
rosafogo
imagem da net
segunda-feira, 14 de maio de 2012
ANGUSTIA DE MORTAIS
DUETO COM A AMIGA A POETA MANUELA FONSECA
Debandam pássaros em alvoroço
Rezo meu rosário de contas
Ato a vida p'las pontas
Sopra o vento, não o ouço!
Canteiros de flores e besouros
A fragância da terra molhada
Há risos e sufocados choros
A hera sobrevive à geada
Meu rosto já sem idade
Esconde-se nos dias sempre iguais
Ah...coração, que tenacidade!
Teu bater nunca é demais.
Acorrem a avisar-me...
Que sou sombra duma lenda!
Hão-de os pássaros lembrar-me
Já que Poeta....não há quem entenda.
natalia nuno
rosafogo
Depois de eu morrer
Então sim, é a valer
Até as beatas perdidas
Que – juro – nunca fumei
Serão pedaços de alquimias
Herança que vos deixei
Depois de eu morrer
E do poema se fartar
De contar e escolher
Lendas de encantar
Rezarás contas de ler
Forçadas para rimar
Depois de eu morrer
Hão-de ouvir dizer
A palavra foi de génio
As aves voaram amor
E a morte lhe dará prémio
Outro brilho, nova cor.
Poeta manuela fonseca
14/05/2012
domingo, 13 de maio de 2012
HOJE NASCI
DEDICADO Á MINHA AMIGA E POETA HAEREMAI, pelo dia do seu aniversário.
Deslumbrada,
uma estrela caíu
P'los teus olhos apaixonada
Tempo de fascínio... partiu!
Deixou o céu e fugiu.
Hoje esquecida da viagem
Os sonhos renovou
É no espelho a imagem
Daquele céu que deixou.
Coisa estranha a saudade
Que sacia a solidão
Perdida da juventude
a felicidade,
fica o destino traçado,
que às vezes nos é negado,
ficando só desilusão.
Mas... algo para sempre permanece,
o amor no coração...
Todo o poder que a palavra tem
Todo o poder que ela nos dá
É para dizer a alguém!
Toma minha amizade...toma lá!
que fazer Fatinha, queria tanto fazer-te um poema
de jeito, mas foi este que me saíu dum lugar...do peito.
Beijos
natalia nuno
rosafogo
13/05/2012
MAGOA-ME PENSAR
Entre a minha memória inquieta
E o tempo que tudo repete
Há um regato a correr...
Que observo em silêncio...quieta!
Às vezes desespero, mas já pouco
tenho a perder.
O tempo lembra-me que existo
Que trago comigo um passado
Me lembra de tudo isto
Estou cansada e ele cansado.
Tudo acontece devagar
Mas o tempo corre...!
Magoa-me pensar
Que tudo o que nasce morre.
Tantos anos trago comigo
São já um poema de saudade
Ou aquele livro amigo
Que ao ler nos dá felicidade.
O tempo passou por aqui
Por um instante, um apenas!
Será que eu não o vi?
Pesam em meus ombros
minhas penas.
rosafogo
natalia nuno