palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sábado, 5 de maio de 2012
NA MARÉ DO SONHO
Trago a vida aberta à tempestade
Barco de vela enfunada ao vento
E este espelho meu que tece a saudade
De o olhar me dói, é de dor o sentimento.
Encrespam-se as ondas do meu mar
Como searas de trigo ondulantes
Fico a última ternura a lembrar.
Avanço no desejo,
mas nada é como dantes.
Na maré do sonho,
uma estrela se move.
Sinto-me pelo tempo rejeitada,
o sol encoberto se comove,
enquanto o sangue nas veias me lateja.
A vida, anda nesta aventura
embarcada.
Vence a morte que não deseja.
É é tão difícil um ancoradouro
certo,
Vou seguir pelas veredas,
com a solidão por perto.
Apego-me ao sonho
como um pássaro ao ninho
e assim, confortada a memória,
vou seguindo caminho.
natalia nuno
rosafogo
imagem da net
sexta-feira, 4 de maio de 2012
AVALANCHE DE SONHOS
Acabam-se os dias...
Sem perguntas nem respostas
Esvoaça meu olhar na vastidão
Perdi as alegrias, e o tempo
ofuscou minha memória,
nas minhas costas.
Escorregando como gelo no coração.
Agora nada espero, nem procuro
Poucas palavras e só hesitação,
para dizer no futuro.
Inquebrantável minha fé
Mas nada permanece como é!
E é grande o meu anseio
Invento sonhos até,
que a morte se meta de permeio.
Em meus ouvidos cresce a surdez
Como que a vida a querer fugir
Os olhos queimados de vez
Ante o nada de sentir.
Os dias vão rodando em si mesmo
Enquanto sou apenas um instante
Meus pensamentos a esmo
Proliferam inquietantes.
As incertezas, as dúvidas, e
tudo o que sonhei.
A vida asfixia, silencia.
Até minha voz calei!
A presença do incerto me envolve
Me traz na obscuridade
Já a juventude ninguém me devolve
No meu dia a dia só a saudade,,,
rosafogo
natalia nuno
quinta-feira, 3 de maio de 2012
DOBO A VIDA
A minha voz ficou rouca
Nela palavras tristes brotaram
Atravessa os tempos como louca
E numa clara mudez pararam.
Verto alguns versos com a ponta dos dedos
Empenho-me mais e mais
para dar vida às mãos
Dobo a vida, esqueço os medos
e a inquietação.
E na passagem estreita dos dias
escrevo minhas fantasias
Como a azáfama com que pássaro
faz o ninho
Eu sigo com esperança o caminho.
Regresso sempre às memórias
onde a lembrança pousa
O vai-vem do pensamento
aperta forte
A vida ousa
desafiar a morte.
A saudade sempre volta
como um combóio à estação
Saudade com sabor e emoção.
rosafogo
natalia nuno
imagem da net
terça-feira, 1 de maio de 2012
AGITAÇÃO II
Um ramo de rosas na jarra
Vermelhas de ciúme e paixão
No ouvido o som duma guitarra
E a saudade a morder-me o coração.
Vou fugindo às próprias emoções
Do retrato na moldura não quero saber
Mas às vezes caio em contradições
E em lágrimas desato parecendo
que vou morrer.
Ajo de repente e às ideias mudo
o rumo
E no vai-vém dos dias espero por ti
E meu pensamento desfeito em fumo
É naufrago à deriva,
no mar da vida
perdido, porque te
perdi.
rosafogo
natalia nuno
IMAGEM DA NET.
segunda-feira, 30 de abril de 2012
CARDOS NO CAMINHO
Vou retirando os cardos do caminho
Antes que meu corpo fique sonolento
Deixo envolver-me em raios de sol ardente
Ficam as estrelas em suspenso
E pálida a dor no pensamento.
Caminho por entre gente
em manhãs nubladas.
Errantes minhas vontades trago
amedrontadas.
Já valor não lhes dou!
Apenas no rosto uma lágrima ficou.
Hoje o rubro coloriu o céu
Despeço-me acenando com um véu,
do sol que me esqueceu,
e vou-me na noite deixando,
sobeja-me ainda a dor
que vou calando.
No doloroso concerto da vida
A melodia é a saudade!
Para esconder meu pesar
e não me verem chorar,
na sombra dolente da tarde.
E na noite sem igual,
por entre brumas e silêncio
surgem estrelas de cristal.
E minha alma anda sumida,
minha voz adormecida...
E a noite que já enche os céus
Espanta os sonhos meus.
rosafogo
natalia nuno
POEMA DE CAROLCAROLINA, que me foi dedicado.
AVE
Eu sou uma ave
Quevive voando
Quem sabe sem rumo
Buscando, buscando.
À procura de algo
Que nunca encontrou
Buscan do o sonho
Que não realizou.
Mas ave não cansa
Vai voar mais além
Se ela morrer
Eu morro também.
Carolcarolina
Minha amiga Carol poetiza Brasileira de quem eu gosto muito.