quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A VELHA PORTA



Hoje lembrei a velha porta
da casa onde nasci.
Toquei-lhe estava fria como morta
Mas a abri-la não me atrevi.
Escutei o seu ranger
Senti que já não havia vida
atrás de si.
Mas até morrer
vou lembrar aquela porta fechada
E a menina das tranças ali sentada.

Lembrei dos sonhos esquecidos
Ainda moram no meu impetuoso coração
Talhados duma trsiteza, partidos
Tristeza que me dói na recordação.

Recordo o meu refúgio atrás da porta
velha,
lembro sons e reflexos do sol entrando
pela telha.
Entravam as estrelas da cor do marfim
Eu inventava carícias só para mim.
Inventava danças nos caminhos celestes
Diante dos meus olhos, anjos com belas vestes.
Havia música que ascendia levemente
E eu a escutava com deleite
E sonhava, sonhava docemente

Hoje o sonho
submerge quase no esquecimento
os meus olhos embacia
Na quietude da memória está essa
porta, que lembrar me traz alegria.

rosafogo
natalia nuno

1 comentário:

kaisu marjatta disse...

sensível ao belo, memórias da vida da infância .. Eu quase posso estar presente com você por um momento e dança com os anjos