sábado, 12 de junho de 2010

NÃO SEI PORQUÊ










NÃO SEI PORQUÊ

Julgam-me doida, pura inveja
Até meu pensamento, por vingança!
Louca? Não me importa, assim seja.
Sou livre, sou o vento da mudança.

Dou voltas e mais voltas com cautela
- O tempo não pára e vou morrendo!
Mas se morre até a flor mais bela?!
Também esvai a vida, a vou perdendo.

Na teia a passo largo já me enredo
Trago comigo a alma cheia de pecados
- E agora no silêncio já me quedo!

Minha vida por outra não trocaria!
Apesar dos pesares tão magoados.
Ao final desta já longa travessia.


natalia nuno
rosafogo

quinta-feira, 10 de junho de 2010

BASTA SABER-ME VIVA




















BASTA SABER-ME VIVA

Meu coração é uma gaiola dourada
Nela se solta o Amor e a Amizade
Branca, como o branco desta folha intocada
Nela um pássaro vai chilreando saudade.

Hoje lhe abri as portas
E a felicidade andou pertinho
As lembranças já mortas?!
Fui deixando p'lo caminho.
Mas na verdade me doeu
E na garganta um nó ficou
Nas lembranças,também habitava eu
Se por lá fiquei, agora quem sou?

Apago-me como flor sem sol, tanta vida lá atrás
Já pouca coisa resta, o silêncio sobre mim se deita
Nesta descida entre a saudade e o frio, tanto faz!
Mastigo incertezas, já que a Vida não é perfeita.

Deixo-me a pensar com meus botões
Enquanto cai uma chuva enfadonha
Basta saber-me viva de ilusões
Minha alma malferida, ainda assim,sonha
Insistem os chilreios em meu coração
E há largueza por onde entra a claridade
Mas quando já não restar emoção?!
Serei como raiz sem apego, sem lugar
Morrerei de saudade...
Levada p'lo tempo, deixando-me por ele apanhar



natalia nuno
rosafogo

terça-feira, 8 de junho de 2010

CAEM SOBRE MIM TANTAS LEMBRANÇAS



















CAEM SOBRE MIM TANTAS LEMBRANÇAS

Hoje o Sol mudou de janela
E meu destino se esqueceu de urdir
Em meu peito pôs uma cancela
Para o coração de lá não fugir.

A tarde partiu tristonha
Deixou meu peito a gemer
Passam horas e se a gente não sonha?!
Nem mais o Sol vai ver nascer.
Emaranha-se na saudade a dor
Bruscamente cresce a solidão
E passa o tempo que é devorador
Que tudo destroça e leva p'la mão.

Mas eu sigo confiante,
Levo no peito uma força que nem sei!
Às vezes caminho um pouco errante
E a força fui talvez eu que a inventei.

Já se anuncia a morte do dia
O Sol varreu todo o horizonte
Deixa meu coração abatido de nostalgia
E deita-se na janela ali defronte
Chega a saudade de coisas perdidas
Dos olhos me cai uma lágrima represada
Na memória há coisas já esquecidas
E no rosto lê-se a idade que é já demasiada.

A tarde é agora de mel e canela
Despede-se de mim tal qual como a vida
Enquanto o Sol adormecendo muda de janela
O destino, vai urdindo a despedida.

natalia nuno
rosafogo